O progresso cada dia que
passa, toma conta de nossa Belém: vê-se edifícios, fábricas, magazines, que
pouco ficam a dever com os grandes centros. Mas uma coisa que ainda está
caminhando em passos lentos: é a cultura, o amor pelas artes, não estamos dando
a devida atenção a ela, poucos são os que se animam elevá-la a um nível maior.
O teatro, coitado, está
ainda no berço esquecido. Existem, aqui em Belém, poucos os que lhe dão o seu
valor. Nossos atores, se fossem viver de teatro estariam morrendo de fome, mas
assim mesmo trabalham, por amor sem ganhar um tostão, e nem o querem, pois a sua
recompensa seria a de ver, a sala de espetáculos cheia, mas o nosso público
ainda não compreendeu, ou melhor, ainda não aprendeu a gostar de teatro. E diga-se
que, aqui em nossa cidade, o espetáculo é gratuito; imaginem se fosse pago como
em outros Estados, que o ingresso é quase duas vezes o preço do cinema, aí
mesmo que não aparecia ninguém. Felizmente, já temos pessoas entendidas, que o
prestigiam, mas não basta, é muito pouco, em comparação com os do sul e
central, que em cada cidade que nascer uma das primeiras coisas que fazem é a
Igreja, o palácio do governo e um teatro.
Há poucos dias, no Teatro da
Paz, a Escola de Teatro da Universidade do Pará, apresentou uma peça de Coelho
Neto: “O Quebranto”, aliás, boa peça, bons atores (apesar de estudantes) porém
houve dias em que o espetáculo foi apresentado para uma plateia de uns duzentos
espectadores no máximo.
Esta semana o “Teatro
Operário do SESI”, sob a direção de Cláudio Barradas, está apresentando,
diariamente, 4 peças de um ato:
“Sobre os Males que o Fumo
Produz”, um monólogo de Anton Tchekhov; “Geminis”, de Renta Palotini; “Uma
Carga de Laranjas”, de Francisco Pereira da Silva, e “Espelhos Paralelos”.
Todas essas peças são de autores consagrados, e estão sendo levados ao palco,
na Sede do SESI, à rua Quintino Bocaiúva, 1612, por moças e rapazes, esforçados
e de talento.
Prestigiemos o nosso teatro,
vamos, fazê-lo grande, demonstrar que aqui temos cultura, que nossos atores e
diretores, nada ficam a invejar os das grandes cidades.
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