No último dia 06 maio
de 2013, completou-se 51 anos da instalação do STUP – Serviço de Teatro da
Universidade do Pará – com o curso de Iniciação Teatral, embrião do curso de
Formação de Ator, em caráter experimental. Em 1962, Belém ganhou um espaço de
formação e que perdura até hoje com duas graduações, uma em Licenciatura em
Dança constituído em 2008, e uma Licenciatura em Teatro formado em 2009, além
do curso técnico em Formação de Ator, e técnico em Dança, Figurino e
Cenografia. Na sua fundação, a STUP ficou sob a coordenação do professor
Benedito Nunes, que já era professor da universidade. A primeira turma teve
como alunos: Alberto Teixeira Coelho Bastos, Augusto Rodrigues Corrêa, Cláudio
de Souza Barradas, José Nazareno Santana Dias, Maria de Belém Rossard Negrão
Guimarães, Maria de Lourdes Ramos Martins (a Mendara Mariani), Reynúncio
Napoleão de Lima, Sônia Maria de Macedo Parenti e José Morais de Lima, que concluem
o curso na primeira turma, em 1965.
No primeiro relatório
feito em 1964, sobre os dois primeiros anos das atividades do STUP, observa-se
a seguinte estrutura: Benedito Nunes, Coordenador; Maria Sylvia Nunes, Diretora
dos Cursos; Rafael Vieira da Costa, Secretário; Antonio Fernando Penna,
Assistente de Direção; Luís Otávio Barata, Escriturário; Luís Martins de
Aragão, Escriturário; Ubiratan Campos, Continuo; Odilon Brito, Continuo. Além
disso, mantinham o Centro de Estudos Cinematográficos e a Escola de Teatro com
o curso de Formação de Ator. No aspecto curricular o curso de Formação de Ator
tinha as disciplinas: dicção, expressão corporal, estética, interpretação,
psicologia, teoria e história do teatro 1ª e 2ª séries. Tinha no corpo docente
Amir Haddad, na interpretação; Benedito Nunes Psicologia e Estética; Carlos
Moura, Dicção; Francisco Paulo Mendes, História e Teoria do teatro; e Yolanda
Amadei, na Expressão Corporal.
Durante os três
primeiros anos de atuação, o Serviço de Teatro da Universidade do Pará
apresentou os seguintes trabalhos:
1962
·
O Inglês Maquinista – Martins Pena
·
O Delator – Bertold Brecht
·
O Velho da Horta – Gil Vicente
·
Caminho Real – Anton Tchekhov
1963
·
O Diletante – Martins Pena
·
Os Fuzis da Srª Carrar – Bertold Brecht
·
O Auto da Barca do Inferno – Gil Vicente
1964
·
Cenas de Shakespeare: Otelo, Hamlet, A
Megera Domada, Sonho de uma Noite de Verão, Ricardo III, Macbeth, O Mercador de
Veneza e A Tempestade
·
O Sonho Americano – Edward Albee
·
Leonor de Mendonça – Gonçalves Dias
·
Quebranto – Coelho Neto
·
Stabat Mater – Pergolesi
·
A História do Zoológico – Edward Albee
Fonte: Relatório nº 1 do Serviço de
Teatro da Universidade do Pará.
A Escola de Teatro vem
desde a sua fundação desenvolvendo um papel importante na formação de artistas
para a cidade, além de propiciar à sociedade o contato com muitas obras do
cânone literário, e também resultados de novas experimentações.
Matéria
jornalística falando sobre o trabalho “As Troianas”, apresentado no Museu de
Arte de Belém.
Fonte:
A Província do Pará 19-12-1971.
Os trabalhos são
inúmeros, porque em seu currículo, a Escola de Teatro tem como prática ao final
de cada ano letivo realizar uma montagem, uma forma de aplicar os ensinamentos
adquiridos ao longo do curso. Muitos trabalhos foram montados, como afirma
Cláudio Barradas (2009):
Com a Escola de Teatro [fiz] “Vereda da Salvação”, de Jorge Andrade;
“Nossa cidade”, de Thortou Wilder; “O Papagaio”, de Benedicto Monteiro/ Cláudio
Barradas; “Ilha da Ira”, de João de Jesus Paes Loureiro; “Cobra Norato”, de
Raul Bopp; “O café”, de Mário de Andrade; “As Troianas”, Eurípedes/ Sartre;
“Coronel de Macambira”, de Joaquim Cardoso; “Incelença”, de Luis Marinho; “O
Urso”, “O Jubileu” e “Pedido de Casamento”, de Anton Tchecov; “O Desejado”, de
Francisco Pereira da Silva.
Em sua fundação, a Escola de Teatro e Dança da Universidade Federa do Pará integrou um projeto de
“modernização” da cidade de Belém, por meio das artes, do fazer teatral. E
nesse ponto, a instituição tem uma função fulcral, pois ao longo dos seus
51 anos, forma artistas para a cidade, além de fazer parte da formação de pessoas que, mesmo não seguindo uma carreira artística, destacam a importância dos cursos ofertados pela ETDUFPA em suas trajetórias de vida.
A preocupação com a
qualidade artística, o apuramento estético, e a construção de um espaço de
formação e fomentação teatral foram os motivos que levaram diversos professores,
artistas a lutarem e dar continuidade a esse projeto iniciado em 1962. Há diversos pontos para o debate, como a produção, a criação e manutenção
de espaços para as artes cênicas, no Pará, mas deixaremos para um próximo
momento tais aspectos.
Denis Bezerra (09/05/2013).
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