Norte
Teatro Escola do Pará (1957-1962)
O Norte Teatro Escola do Pará surge com a
finalidade de fazer teatro, da iniciativa própria de jovens que viam na arte
uma forma de debater e expandir as relações do grupo do qual faziam
parte. Maria Sylvia Nunes fala sobre a criação do grupo:
Aí
fizemos o Norte Teatro Escola. O pessoal daqui de casa que queria aprender
entrou. Foi daí que surgiu Norte Teatro Escola. Primeiro nós passamos um tempo
estudando teatro, nós nos reuníamos aos sábados. Geralmente eu que falava,
contava da Grécia, que eu sempre gostei muito de estudar. Então, eu estudava
essas coisas, eu lia muito! tinha a vantagem de poder ler. Então, a gente
lia.... Eu passava pro pessoal, não era tipo aula, era de contar... a gente se
reunia aos sábados. Então, resolvemos fazer nossa primeira apresentação pública
foi um recital de poesia em que a gente pegou desde Akenathon, Renascimento até
os modernistas. Todo mundo gostou muito. Fizemos um segundo recital de poesia.
Aí resolvemos montar peças curtas, porque a gente tinha a consciência
mesmo que a gente não sabia representar, mas a gente tinha bom gosto pra
escolher os textos, e a gente tinha o amor pelos textos. A gente não tava a fim
de se mostrar. Uma coisa é você estar a serviço do autor, uma coisa é você está
serviço do seu ego. Tem uma diferença brutal aí. Então a gente estava na
primeira categoria, a gente queria compartilhar com os outros a beleza do
texto. Era só isso que a gente queria. Então nós fizemos o Ghelderodes, um
autor belga, que naquele tempo estava em grande alta. Nós fizemos uma peça
curta dele chamada Os
Cegos, e foi um sucesso. Os amigos da gente gostaram, então a gente ficou
animado de fazer mais e aí começamos a fazer sempre peças de um ato, fizemos
Tchecov, fizemos um monte de coisa com um ato (excerto da entrevista que fiz
com a professora, em 2009).
Ano
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Peças
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1958
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Os Cegos, de Ghelderodes
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1958
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Morte e Vida Severina, de João Cabral de melo Neto
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1958
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O Moço Bom e Obediente (adaptação de um autor inglês)
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1959
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A Lição de Botânica, de Machado de Assis
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1959
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O Quase Ministro, de Machado de Assis
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1959
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O Urso, de Anton Tchekov
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1959
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O Pedido de Casamento, de Anton Tchekov
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1959
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O Cisne, estudo de Anton Tchekov
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1959
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Pluf, o Fantasminha, de Maria Clara Machado
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1959
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Édipo Rei, de Sófocles
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1959
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A Cantora Careca, de Eunène Ionesco
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1960
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Pic-nic no Front, de Fernando Arrabal
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1960
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Os Espectros, de Ibsen
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1961
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O Namorador ou A Noite de São João, de Martins Penna
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1962
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Biederman e os Incendiários, de Max Frish
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Fonte: Teatro de Vanguarda (Paraguassú Éleres, 2008).
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